12 novembro 2009

Espiritismo com coerência é bonito

Você conhece aquela história do: “Eu acredito no Deus que criou os homens e não no deus que os homens criaram”?

Há diferenças, sim, e diferenças gritantes: O Deus que criou os homens é o Deus que criou e adiministra bilhões de galáxias, cada uma com bilhões de estrelas dentro, em dimensões tão gigantescas cuja visualização nem cabe em nossas microscópicas cabeças. Falar em bilhões de anos luz é algo que não pode ser entendido por bilhões de homens viventes na face da Terra, porque a Grandeza do Deus que criou os homens é algo que não pode ser compreendida pelo homem comum.

Já o deus que os homens criaram, é um deuzinho limitado apenas ao planeta Terra, que concebe a Terra como centro do Universo, cheio de paixões, vaidades excessivas, raivinhas, disposição para guerras e destruições e com todas as imperfeições humanas, conforme relata a Bíblia.

Infelizmente a maioria dos humanos, que se diz deísta, crê e admite apenas esse segundo deus, já que poucos, muito poucos mesmo, conseguem assimilar o primeiro que é o Verdadeiro Deus.

No meio espírita, ainda bem, não aceitam o deus bíblico, mas limitam-se em apenas falar que crêem em um Deus Soberanamente Bom e Justo, Inteligência Primeira e Criador de todas as coisas.

Há coerência na doutrina espírita? Há, sim; e muita.

Que bom! Então a prática do Espiritismo é coerente e é bonita, como está colocado no título da matéria.

Pois é, só que existe o Espiritismo que os Espíritos criaram, muito bem assimilado por Allan Kardec e muito bem disposto em suas obras básicas e o espiritismo inventado pelos homens que se auto-denominam lideranças espíritas.

Misericórdia, Alamar! No Espiritismo tem isso também? Essas distorções não são coisas de crentes apenas?

Infelizmente quando o homem mete a mão nas coisas ele tem a tendência de moldá-la conforme as suas conveniências.

Vamos chamar de Espiritismo coerente, o Espiritismo com “E” maiúsculo e espiritismo de conveniência, o espiritismo com “e” minúsculo.

O Espiritismo se conduz rigorosamente conforme o pensamento dos Espíritos Superiores que é o pensamento de Allan Kardec.

O espiritismo se conduz conforme as conveniências dos centros, conforme a cabeça dos seus dirigentes, pessoas humanas comuns que nem sempre tiveram o cuidado de estudar TODA a obra básica e desenvolver uma concepção absolutamente fiel da doutrina.

O Espiritismo demonstra que a condição de encarnados na Terra, possibilita aos homens a possibilidade de aprendizado, condição educativa e, também, a oportunidade de resgatar algum débito que possa ter de vidas pretéritas.

O espiritismo conduz as pessoas dentro de um entendimento que elas estão aqui somente para pagar e para sofrer, sofrer e sofrer, numa concepção de que a Terra é uma penitenciária, e não uma escola. E vamos sofrer, gente, para evoluir!!!!

O Espiritismo, no entendimento da perfeição absoluta de Deus, demonstra que tudo o que acontece conosco ocorre exatamente dentro do nosso merecimento.

O espiritismo faz as pessoas entenderem que espíritas estão aqui melhores do que merecem.

O Espiritismo sugere ao homem a prática da Humildade autêntica, Humildade de vivência, Humildade praticada em todos os momentos, nas 24 horas de todos os dias.

No espiritismo basta a pessoa dar impressão, aos outros, de que ela é humilde, fingir que é humilde, com falas mansas, chamando atenção dos outros por supostas faltas de caridade, e pronto, ta resolvido. O espírita que diz "eu não mereço isto", "eu sou uma mera insignificância", é muito bem aceito pelo movimento.

O Espiritismo recomenda que devemos ler de tudo e retermos o que é bom em cada obra.

No espiritismo é o contrário: Se em uma determinada obra contiver um, dois ou três itens que possam parecer contraditórios, é motivo para espíritas odiarem aquela obra, desenvolverem campanhas, durante décadas, contra ela e até conceberem todos os que a admiram como verdadeiros bandidos e demônios. Evitam até de cumprimentarem uns aos outros. Mas tudo isto, muito fraternalmente.

No Espiritismo, quando surge na Terra um espírito encarnado, como o Chico Xavier, é motivo de alegria. Quando surge um outro, como Divaldo Franco, é motivo de mais alegria ainda, porque surgiu mais um para difundir as idéias da doutrina.

No espiritismo, o surgimento de um Divaldo é visto como concorrência ao Chico, a ponto de fazer com que determinadas lideranças o odeiem, por décadas e décadas, como se fossem fanáticos flamenguistas odiando vascaínos e vice-versa, ou corinthianos odiando palmeirenses.

No Espiritismo é recomendado que a Doutrina seja divulgada e que até invistam em profissionais da área de comunicação, inclusive remunerando-o, como se remunera a qualquer profissional. A luz tem que ser colocada no velador.

No espiritismo não existe a menor relevância para a divulgação da doutrina e todos os confrades que se atrevem a divulgá-lo, invariavelmente são chamados de vaidosos, de quererem aparecer às custas da doutrina. Ai do diretor de uma instituição espírita que propor remuneração a um jornalista. A luz tem que ser deixada sob o alqueire.

No Espiritismo a auto-flagelação é sinônimo de suicídio, a privação de prazeres, forçada, é masoquismo.

No espiritismo o sofrimento e a privação de prazeres e alegrias são vistos como postura moral e sinônimo de resignação. Um "bom" espírita não deve ir a festas, carnaval, danças e nada.

No Espiritismo a Lei de Causa e Efeitos é coisa natural e infalível da natureza, a concepção de que o homem quando sai à chuva tem que se molhar é lógica. Hipócrita deve ser tratado como hipócrita, como Jesus tratou.

No espiritismo não. Em nome da “caridade” e da “compreensão”, temos que nos calar em relação aos fofoqueiros, aos caluniadores, sabotadores, falsos moralistas, hipócritas e enganadores, principalmente se estes tiverem dentro do movimento. Se alguém se atrever a denunciar as safadezas explícitas, deve ser banido do movimento e todas as ações são feitas para tentar calar-lhe. Se você usa o termo "hipócrita", acham que você é agressivo.

No Espiritismo ensina-se que “Se algum dia a Ciência comprovar que estamos equivocados em algum ponto, devemos abandonar o ponto equivocado e seguir a Ciência, e inclusive fala na possibilidade de novas revelações.

No espiritismo tudo está pronto, a verdade absoluta já é conhecida, não existe possibilidade nenhuma da Ciência comprovar nada contra o que sabemos, não existe possibilidade nenhuma de novas revelações, haja disposição em baixar o cacete no Bacelli e em todos os outros que tragam informações novas, sem qualquer disposição ao diálogo, a troca de idéias e iniciativas para ouvi-lo explicar as bases das suas afirmativas.

No Espiritismo o homem que exige diálogo e que questiona é considerado homem inteligente e sensato, que quer ter as suas convicções solidificadas e todas as coisas muito bem esclarecidas.

No espiritismo as pessoas que questionam são consideradas transgressoras da disciplina. Devem ser caladas, sempre de forma sutil, para que os outros não percebam o ato de violência.

No Espiritismo a maldade das pessoas está nas suas intenções, no seu íntimo, no nível do seu espírito, nas más ações que são praticadas às escondidas e no veneno expelido pela sua alma.

No espiritismo a maldade existe é na grafia das palavras que a pessoa escreve ou pronuncia, na clara demonstração de que o importante é a forma e não o conteúdo. Se o conteúdo for maldoso e venenoso, mas a forma for bonita, tudo bem, sem problemas.

Qual o Espiritismo, ou o espiritismo, que você se propõe a praticar?

Praticar o Espiritismo com coerência, é muito bonito.

Trabalhemos, com coerência, sinceridade e destemidamente para que o Espiritismo seja praticado, por todas as instituições espíritas, com a maior fidelidade possível às suas obras básicas, sem qualquer distorção em relação aos ensinamentos dos Espíritos.

Para a sua apreciação.

Alamar Régis Carvalho

alamar@redevisao.net

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