17 dezembro 2008

A matéria da revista Eclésia


"O País do Espiritismo"

A revista protestante, Eglésia, escreveu uma matéria enorme, falando um monte de bobagens acerca do Espiritismo. O título de capa é "O País do Espiritismo".

Devido ao tamanho da matéria e a quantidade de asneiras colocadas, eu tive que escrever muito, uma carta enorme, porque não tinha outro jeito.

Segue aí, a carta que mandei para o Marcos Stefano, autor da matéria. Para sua apreciação. Se você desejar, também, escrever alguma coisa a ele, o e-mail é marcoss@eglesia.com.br.

O meu estilo de espírita é assim: Em vez de ficar manifestando contra outros confrades espíritas, porque gostam das obras de Roustaing, Pietro Ubaldi e outros, ou que pensam diferente de mim, prefiro usar a energia para agir exatamente conta aqueles que são, de fato, detratores do Espiritismo.

Prezado Marcos:


Constitui-se compromisso básico de todo aquele que se apresenta como seguidor de Jesus: honestidade, dignidade e caráter, independentemente do segmento religioso que pertença. Esta matéria tem que, necessariamente, ser longa, porque a matéria da revista é longa e tem um número enorme de equívocos a serem comentados.


Estive lendo a matéria que é chamada de capa da sua revista, “O país do Espiritismo”, e quero aqui fazer alguns comentários, já que o direito de expressão, conforme você deve saber, é sagrado a todas as criaturas.

Em princípio quero saudar essa, como qualquer outra publicação que tenha, como prioridade, o objetivo de divulgar Jesus, ou seja, passar os seus ensinamentos para aqueles que não o conhecem ainda, e que vivem verdadeiramente a praticar atos de maldade, perversidade, violências e agressões humanas diversas, como é o caso dos corruptos, terroristas, traficantes de drogas, invejosos, caluniadores, difamadores, ladrões, inclusive os de colarinho branco, bancos... enfim, todos os que são, de fato, bandidos e perversos. Tenho a impressão de que, qualquer veículo de proposta religiosa, que ocupa os seus espaços para disputas religiosas, condenações, combater crença alheia, tentar fazer com que os outros pensem exatamente conforme as suas convicções, certamente está perdendo tempo, enquanto os índices de aborto, suicídio, vinganças, ódio, materialismo, terrorismo e drogas continuam cada vez mais aumentando no mundo e precisando conhecer Jesus.

Mas vamos aos comentários, acerca da sua matéria, sempre em cima das citações que você fez:

“O Espiritismo, segundo o Evangelho”.

Creio que o título mais apropriado aí seria: “O Espiritismo, conforme a interpretação que eu dou ao Evangelho”. Ficaria mais coerente.

Vamos a outra colocação sua, logo na abertura da matéria:

“A maior religião do Brasil desbanca outras também cristãs e cresce cerca de 40% em 20 anos. Com verdadeiro arsenal de marketing que reúne filmes, livros programas de rádio e TV, o espiritismo arrasta jovens, intelectuais e famosos brasileiros.”

Tem muita coisa a comentar, acerca deste texto, cheio de equívocos, meu caro Marcos:

Em primeiro lugar, o Espiritismo nunca teve a pretensão de se colocar como maior religião do Brasil. Primeiro porque ele não veio ao mundo com proposta de ser religião nenhuma, foram os homens que, na sua intolerância, deram-lhe uma natureza, também, religiosa, fazendo com que muita gente o pratique como religião. Aliás, eu, particularmente, gosto muito mais quando os nossos irmãos Protestantes dizem que ele não é religião. Segundo porque, mesmo que seja visto como religião, não faz a menor questão de estar colocado entre a maior, a primeira, a segunda, a décima... enfim, esse rank não tem a menor relevância para a doutrina.

Também nunca teve a menor pretensão de desbancar religião nenhuma, seja ela rotulada como cristã, muçulmana, budista ou seja lá qual for, porque não vive a competir com a crença de ninguém já que, vale ressaltar, sabe o quanto é fundamental o respeito à consciência alheia e as convicções dos seus semelhantes.

Que cresceu, isto é verdade, e continua a crescer muito.

Agora, esta sua outra citação de “com verdadeiro arsenal de marketing que reúne filmes, livros, programas de rádio e TV”, meu amigo, é de uma infantilidade ou desinformação sem tamanho.

Eu prefiro crer que você esteja desinformado, do que crer que você esteja agindo de má fé, leviana e desonestamente já que, certamente, a sua condição de cristão, fiel a Jesus, obviamente, não lhe permitiria estar inserido na segunda opção. Quero ter certeza de que eu estou correto.

Já que é caso de desinformação mesmo, deixe-me ajudá-lo saber das coisas para que, na próxima matéria, informe melhor aos seus milhares de leitores:

Não é bem o Espiritismo que é possuidor de um verdadeiro arsenal de marketing, meu caro Marcos. A sua inversão de valores aí, é algo que chega a impressionar.

Quando você fala em filmes, no plural, dá impressão de que os espíritas vivem a produzir inúmeros longas metragens, investindo milhões de dólares, que normalmente são os custos de produções normais de longas metragens, para o circuito cinematográfico.

Apenas um filme espírita foi produzido, por iniciativa de espíritas, veiculado no circuito dos cinemas, que é este que está passando aí, “Bezerra de Menezes, diário de um espírito”, por iniciativa de um empresário espírita, do Ceará, e não por iniciativa do movimento espírita, mesmo assim com um dos mais baixos orçamentos da história do cinema. Agora, se ele já levou quase meio milhão de pessoas a assistirem, se ele desperta o interesse da mídia em comentá-lo e procurar saber o porquê de tanto sucesso, isto não é produto de nenhuma estratégia de investimento em marketing por parte do movimento espírita, isto você pode ter certeza. Primeiro porque o movimento espírita, tradicionalmente, não costuma dar apoio a qualquer iniciativa de divulgação da doutrina, não investe em televisão, em rádio e muito menos em cinema.

E você ainda vem falar, na sua revista, em arsenal de marketing?

Que arsenal é esse, meu caro Marcos?

Sabe quantas emissoras de rádios espíritas existem no Brasil?

Apenas três, todas AM:

A Rádio Rio de Janeiro, 1450 Khz, no Rio de Janeiro, vive numa miséria de fazer pena, com equipamentos obsoletos e um transmissorzinho velho, porque ninguém ajuda. Mesmo assim é uma das maiores audiências do Rio, em termos de rádio AM, perdendo apenas para as poderosas Globo e Tupi, cada uma com transmissores em potência acima de 150 Kilowatts e com os maiores comunicadores.

A Rádio Boa Nova, de Guarulhos, em São Paulo, que é outra que tem também um transmissorzinho fajuta, (em se comparando com as grandes emissoras), que não consegue cobrir bem nem a grande São Paulo. Além dela, tem uma outra rádio, em Sorocaba, pertencente à mesma instituição da Boa Nova.

Como é que você vem falar em arsenal de marketing, meu amigo?

Sabe quantos canais abertos de televisão espírita existe, Marcos? Nenhum!!!

O que existe é apenas um canalzinho de TV, via satélite, do mesmo grupo da Rádio Boa Nova de Guarulhos, em transmissão digital (Não confunda com TV de alta definição) operando no satélite C2 da Embratel, objetivando falar para a base de parabólicas, tradicionalmente instalada no país, mas num espaço mínimo de satélite e com um “symbol rate” baixíssimo, tão fraco, que não consegue chegar à casa de todas as pessoas, mesmo possuindo elas receptores digitais, equipamentos esses que não são fáceis de encontrar nas cidades, fora de São Paulo.

E você ainda fala em arsenal de marketing?

Acho que você deveria ter se informado, amigo, antes de escrever uma matéria dessa.

Mas já que você está desinformado, uma vez que não posso considerá-lo como leviano, para escrever uma matéria com má fé ou mau caratismo religioso, deixe eu lhe fazer algumas perguntas:

1)Você tem idéia da quantidade de redes de televisão protestantes, via satélite, que existe no Brasil, nos dias de hoje? Algumas delas operando em até mais de um satélite, com cobertura inclusive internacional? Eu posso lhe passar esta informação, detalhadamente, caso você se interesse.

2)Você sabe a qual segmento religioso pertence a Rede Record de Televisão, a terceira rede de televisão do País?

3)Você tem idéia de quantas emissoras de televisão, emissoras de rádios e repetidoras de Tv possui, só a igreja do Edir Macedo, fora a do R. R Soares, a da Bispa Sonia e outras?

4)Você tem idéia de quanto foi pago pela Universal, em dinheiro vivo, pela aquisição do Grupo Pampa de Comunicações, no Rio Grande do Sul, há pouco mais de um ano?

5)A sua revista mesmo divulgou o quanto paga o R. R. Soares, em arrendamento de horário nobre da Rede Bandeirantes, na faixa de 5 milhões de reais, por mês; o Silas Malafaia paga mais de 7 milhões de reais, por mês, por outra faixa de horário, na mesma emissora; agora, a nova igreja Mundial, do Pastor Waldomiro, com menos de 10 anos de fundada, também pega o canal 21, do mesmo grupo Bandeirantes, paga a CNT e tudo o que estiver disponível.

6)Tem idéia de quanto custou aquela gigantesca torre que a Renascer levantou naquele local nobre, no final da Avenida Paulista, em São Paulo, para transmitir a sua televisão? Estou falando só da torre, não falo nem na estrutura da televisão.

7)Teria muitas outras coisas a enumerar, mas fiquemos por aqui.

Meu amigo, se você não tiver estas informações, me fale, porque eu tenho todas elas, detalhadamente, sei quantas emissoras de tv, de rádios AM, rádios FM e repetidoras tem cada uma, em cada estado deste país e posso lhe passar, sem problema. Mas, calma!!! Não se trata de despeito não, amigão, porque isto não faz parte da minha índole; é que eu sou homem de televisão também, milito em televisão há muitos anos, gosto disto, respiro isto, estudo isto e... desculpe-me... conheço muito acerca disto e tenho curiosidade de estar, sempre, bem informado acerca disto. Até o valor do cachê que é retornado, pela rede de televisão, à pessoa física do pastor que contrata o espaço eu sei. Dez por cento de cinco milhões, todo mês, em um bolso, não deve fazer mal a ninguém, né?

E você ainda vem falar que é o Espiritismo que possui arsenal de marketing?

O grande diferencial, Marcos, é que os assuntos espíritas, de fato, têm interessado a um gigantesco número de brasileiros, tanto é que a Rádio Rio de Janeiro e a Rádio Boa Nova, com aqueles transmissorezinhos fajutas que ambas têm, possuem uma audiência enorme e sempre estão entre as primeiras, conforme as pesquisas do IBOPE, competindo com centenas de emissoras de outros segmentos religiosos, que dividem as suas audiências, já que cada igreja puxa a brasa para a sardinha da sua denominação.

Você já viu R. R. Soares divulgar a Universal, a Batista, a Assembléia de Deus o qualquer outra? Ou vice-versa. Isto implica em que o compromisso maior não é bem com Jesus, é com “o meu negócio”.

Mas deixemos essa questão de arsenal de marketing pra lá, por enquanto, e vamos falar nessa outra citação sua: “... o espiritismo arrasta jovens, intelectuais e famosos brasileiros”.

Arrastar, não, amigo, porque ele não se propõe a isto, não faz proselitismo e muito menos a prática de viver a tentar converter os outros. Ele desperta a atenção de jovens, de intelectuais e de famosos brasileiros.

De jovens, porque não tenta fazer dos jovens idiotas, acéfalos e bobinhos que devem ficar calados; segundo porque estimula o raciocínio, o livre arbítrio de pensar e questionar o que quiser e não vive a colocar o sexo como imoral, pecaminoso, proibitivo e até como se fosse um crime abominável.

Existem espíritas, sim, que também comungam com essas idéias de vincularem o sexo com obsessão, pecado, imoralidade e essas coisas, no mesmo modelo como faz o religiozismo tradicional, vinculando-o com imoralidade e tudo isto, mas isto é coisa de espíritas bobos, geralmente não muito bem resolvidos sexualmente que, por causa das suas frustrações pessoais, fazem o maior inferno quando o assunto é sexo. O movimento espírita é composto por humanos, também, errantes e muitos bobos, como qualquer outro segmento da sociedade.

A tendência é que os jovens sejam atraídos por uma proposta de vida que, sem abrir mão dos princípios básicos de moralidade e decência, não proíbe nem obriga ninguém a coisa nenhuma.

Atrai intelectuais, sim, porque não é doutrina de um livro só. Estimula a leitura, a pesquisa, a busca pessoal de cada um, a investigação e até que os seus adeptos questionem os seus próprios postulados, ao contrário das religiões dogmáticas que impõem as pessoas a doutrina do “porque sim” e do “porque não”, dizendo que são “mistérios de Deus” os assuntos que não têm capacidade de explicar, com argumentos lógicos.

Quanto mais as pessoas estudam, mas elas percebem a excelência das propostas espíritas, amigo.

Não vamos muito longe:

Sabe porque você não vê muito jogador de futebol espírita?

Porque geralmente são garotos que, muito jovens, na flor da adolescência, sem terminarem nem o primeiro grau, pelo fato de dominarem bem uma bola, são contratados por valores astronômicos por grandes clubes, que pagam tanto dinheiro, que os próprios pais, também interessados nos cifrões acima de tudo, não se preocupam se ele deve continuar estudando ou não. O dinheiro é mais importante do que o conhecimento. Daí esse universo de semi-analfabetos, ganhando muito dinheiro correndo atrás da bola, sem necessidade de ter que raciocinar.

Não vamos generalizar, obviamente, mas citar apenas por amostragem da maioria.

Pronto, isto aqui foi o comentário apenas da abertura da sua matéria.

Os outros assuntos da sua matéria

Sobre os dados que você coloca, em termos da quantidade de espíritas no Brasil, baseando-se nos números apontados pelo IBGE, que sugere apenas 2,5 milhões de adeptos, devo lhe dizer, amigo, que existe muito mais, mas muito mais mesmo, embora o Espiritismo não faça a menor questão de quantidade.

A pesquisa do IBGE, nesse quesito, quando fez a averiguação, cometeu um erro técnico terrível, porque considerou o Espiritismo apenas com uma religião, mais uma religião no Brasil. A pergunta feita ao povo, por ocasião do censo que demonstrou este número foi: “Qual é a sua religião?”.

Se alguém me perguntar qual a minha religião, eu vou responder que eu não tenho religião. Todavia, eu sou espírita. Alguns outros milhões de brasileiros fazem a mesma coisa.

Já o IBOPE, em pesquisa não oficial, tem um número totalmente diferente e bem além deste. Questão de metodologia e profissionalismo. Desculpe-me, falar sobre isto, mas sou Analista de Sistemas, especializado em pesquisas.

Mas não vem ao caso porque se você afirmar que são apenas 2,5 milhões, um milhão apenas ou meio milhão, para mim não vai representar nada, já que o qualitativo é mais relevante que o quantitativo.

Você ocupa grande parte da sua matéria a citar o filme “Bezerra de Menezes”, cujo sucesso parece não ter lhe agradado muito.

Sabe o que é, Marcos? É que grande parte do povo brasileiro não está agüentando mais tanta violência no cinema, tanto “Exterminador disto, exterminador daquilo”, tanto filme mostrando seqüestros, destruição de cidades, ações de terroristas, crimes, sangue e desgraça na tela. Muitos estão querendo ver fitas com grandes exemplos de moralidade, como foi o Bezerra de Menezes.

Tenho certeza de que, se os protestantes, em vez de falarem tanto em Satanás, fizessem um filme falando da vida do extraordinário Pastor Martin Luther King, certamente encheriam os cinemas também, porque foi exemplo de dignidade. Eu mesmo iria ver. Fica aí a sugestão, que tal?

Mas vamos a outras citações suas, na matéria:

“O que mais chama a atenção nesse estrondoso crescimento do Espiritismo são as novas estratégias que a religião usa para se promover e atrair os interessados. Fenômenos paranormais como os copos que se movimentam sozinhos sobre a mesa branca, operações com canivete e sem anestesia de médiuns como Zé Arigó e sessões de exorcismo coletivo feitas por rádio são ainda muito forte”.

Meu amigo Marcos, quanta bobagem você falou aí. É por isto que estou lhe escrevendo, para lhe informar.

O Espiritismo não se utiliza de estratégia nenhuma para se promover, porque não tem o menor interesse em viver atraindo interessados, correndo atrás de adeptos.

Sabe o porquê disto, Marcos? Porque ele não faz indústria religiosa, não pratica comércio religioso e não mercantiliza a fé.

Ter mais ou ter menos adeptos, não vai lhe acrescentar nada. Em centro espírita não existe a prática do dízimo e muito menos a apelação para as oferta$, onde as pessoas são intimidadas até a dar tudo o que tem, a exemplo do que fazem algumas religiões, que retiram até os imóveis da família, recebem em vale transporte, vale refeição, cartão de crédito e tudo quanto é meio de arrecadar.

Na concepção espírita, Jesus não tem conta em banco nenhum.

Fenômenos paranormais? Outro equívoco seu, comum em quem não conhece o Espiritismo e o julga com base no achismo ou no “ouvi dizer”. O Espiritismo não pratica absolutamente nada que seja paranormal; só admite procedimentos que são normais. Paranormal é só aquilo que a nossa curta capacidade de conhecimento não tem condições de perceber. Só que os seus limites de normalidade não se restringem à visão estreita de muitos humanos, sobretudo os que pouco raciocinam.

“Fenômenos paranormais como os copos que se movimentam sozinhos sobre a mesa branca”. Copos que se movem em mesas brancas? Quanta bobagem aí, meu irmão! Qual é o centro espírita que anda fazendo isto? Se você conhecer algum que faça isto, vá lá e diga que o Alamar Régis mandou dizer que eles são um monte de idiotas e bobos, que não têm a menor idéia do que seja o Espiritismo, abriram alguma casa e colocaram, indevidamente, a denominação de centro espírita, pra viverem a fazer essas brincadeirinhas bobas, talvez para enganar pessoas tão ignorantes quanto eles. Essa conversa de mesa branca é também ignorância popular, amigo; a toalha da mesa (se tiver mesa), pode ser de qualquer cor: amarela, azul, verde, laranja, beje... não importa.

Não existe esse tipo de coisa no Espiritismo, Marcos, procure se informar antes, amigo, pra não falar mais bobagem numa grande revista.

“Operações com canivete, sem anestesia, como Zé Arigó”, é outra bobagem que você falou. Centro espírita nenhum anda cortando ninguém com canivete, com faca e nem mesmo com bisturi. Cortar pessoas, quando necessário, é atribuição de médicos cirurgiões, em hospitais. Zé Arigó foi apenas um médium, mas a mediunidade não é patrimônio exclusivo do Espiritismo, amigo, e a doutrina espírita não pode ser responsabilizada pelas ações isoladas do médium A, B, C ou D. O Espiritismo não vive a ensinar, muito menos a mandar que ninguém faça, em centro espírita, o que Arigó fez.

O Espiritismo não recomenda nem admite que ninguém corte ninguém, sob pena de prestar contas com o Conselho de Medicina e até a Polícia. Existem cirurgias espirituais, sim, mas sem corte nenhum, sem medicamento químico nenhum e até mesmo sem tocar no órgão doente da pessoa. Procure se informar, amigo, antes de escrever.

“...sessões de exorcismo coletivo feitas por rádio são ainda muito forte”. Meu amigo, aí você foi ao extremo no festival de asneiras. Qual é o centro espírita que anda fazendo sessões de exorcismo, ainda mais coletivo, por rádios? Me conte, que estou curioso em saber.

As três emissoras de rádios, espíritas, que lhe falei, não fazem nada disto. Pode gravar a programação delas, o dia inteiro, e confira.

Mas eu posso gravar programações de várias emissoras de rádios que, de fato, fazem esse tipo de coisa: “Sai, satanás, em nome de Jesusssss”, “Sai capeta, sai capeta, sai capeta”, e mandar pra você. Aí você verá, qual é o segmento religioso que muito faz isto no Brasil, não apenas em rádio, mas na televisão, em diversas emissoras, de Norte a Sul do País. Se quiser, me fale que eu mando.

Como é que você se utiliza de uma revista tão importante, amigo, que deveria utilizar as suas páginas para falar dos ensinamentos maravilhosos de Jesus, pra falar tanta bobagem?

Mas vamos em frente, acompanhando atentamente, a sua matéria.

Vejamos, na seqüência, outra citação insensata sua:

“Mas o avanço da crença, principalmente entre jovens de classe média, é puxado por uma propaganda mais light, de modernidade, suposta racionalidade e tolerância. Nessa nova fase, os ícones são celebridades como a top model Raica Oliveira, considerada uma das mulheres mais bonitas do país, a atriz global Cléo Pires, que herdou a fé de seu pai, o cantor Fábio Júnior, e o ex-tenista Gustavo Kuerten, o Guga, que antes de se aposentar das quadras, submeteu-se a um tratamento espírita para tentar resolver um problema crônico no quadril.”

Outro festival de bobagem, você fez aqui.

Que propaganda é essa, que você se refere? Em quais veículos o Espiritismo faz essa propaganda? Em rádio, em televisão, em jornais, em revistas... onde?

Se é propaganda, obviamente tem que ser paga, porque o mercado publicitário não é de graça, nunca. Quem é que paga? Você sabe de alguém que paga essa suposta propaganda que você viu?

Mas já que eu leio as grandes revistas e me interesso em tudo o que fala sobre o Espiritismo, assim como o assunto religião, filosofias e crenças em geral, eu sei muito bem do que você está falando, o que lhe leva a fazer essa salada, com essa confusão maluca explícita no seu artigo.

Quando você fala em Raica de Oliveira, em Cléo Pires e em Guga, com certeza você está se baseando em matérias que saíram nas revistas Época, IstoÉ e VEJA, escritas por jornalistas delas e não pelos espíritas, que também falaram algumas bobagens (nem tanto quanto nesta sua matéria, que é tendenciosa), onde eles exerceram o seu direito de expressão, dizendo dentro do que eles imaginavam que fossem a coisa.

Agora eu lhe pergunto: Que diabo tem o Espiritismo a ver com o que sai nas grandes revistas?

Vixi, pra que eu falei em diabo??? Vai ver que você vai conceber esta expressão popular, com algum vínculo com essa personalidade do mal que vocês tanto gostam de utilizar, ele sim, como poderozíssimo instrumento de marketing.

Quer dizer, então, que quando sai uma matéria numa revista, numa tv ou numa rádio, necessariamente é propaganda espírita?

E as inúmeras vezes que as mesmas revistas, também, falam em crescimento do segmento Protestante, ou cobrem alguma festa Católica, como as de Aparecida, do Bonfim na Bahia, do Círio de Nazaré em Belém, certamente estão fazendo propaganda das igrejas Protestantes ou Católicas?

Acorde, para o bom senso, Marcos.

Sabe de uma coisa, amigo? Eu acho que o movimento espírita é até besta demais e deveria se utilizar, sim, de celebridades espíritas, como as igrejas Protestantes utilizam-se do Kaká, do Marcelinho Carioca e de muitos jogadores de futebol.

Só que não é pelo fato do Alamar achar isto, que o Espiritismo necessariamente tem que fazer.

Há diferença, Marcos, entre o que a gente acha e o que a coisa realmente é. Aprenda isto, meu irmão.

E saiba de outra coisa: O Espiritismo não pratica “suposta” racionalidade, como você diz, ele recomenda, ensina e sugere, sim, que espíritas utilizem racionalidade, para tirarem conclusão sobre tudo, e não fiquem, como bobos, aceitando dogmas religiosos irracionais, como o fato de Caim, depois de ter matado Abel, ter se mudado para uma cidade, se casado e constituído família, quando a mesma estória vinha sendo conduzida de forma que só existiam 3 pessoas no mundo: Adão, Eva e ele, já que Abel tinha morrido. Que cidade seria essa? Teria ele se casado com quem? Com a cobra?

Então, meu amigo, a racionalidade no Espiritismo não é suposta não, é real, para que espíritas não fiquem como ingênuos aceitando bobagens como essas, sem o direito de raciocinar.

“... Divaldo Franco, considerado sucessor de Chico Xavier...”

Divaldo Franco é considerado sucessor de Chico Xavier, por quem, Marcos?

Quem foi que lhe disse que no Espiritismo existem sucessores de alguém?

Acorde, amigo, procure conhecer as coisas antes de escrever!!! Você está confundindo tudo. Existe sucessor é na Igreja Católica, no caso da sucessão do Papa. Morre um, imediatamente elegem outro como seu sucessor, no Espiritismo não existe nada disto não.

Os livros de diversos autores, que tiveram o Chico apenas como intermediário, de fato, venderam mais de 25 milhões de exemplares e continuam vendendo cada vez mais, os de Divaldo também. Mas ninguém é sucessor de ninguém.

A Espiritualista Zíbia Gasparetto, que utiliza-se, também, da faculdade mediúnica, que não é propriedade do Espiritismo, de fato é uma das escritoras mais famosas do Brasil, mulher respeitável e digna, há muitos anos sempre está presente na seção dos mais vendidos pelas páginas da VEJA e das grandes revistas, tem o estilo dela, mostra o estilo dos espíritos que escrevem através dela, tem o público dela que adora aquele estilo. E daí, o que o Espiritismo tem a ver com isto?

“Ela adota uma linguagem para quem não é iniciado em Espiritismo?”

Meu amigo, me explica que diabo é ser iniciado em Espiritismo! Existe isto? Dona Zíbia escreve para o povo em geral, totalmente despreocupada com a rotulação religiosa de quem quer que seja. E saiba que a gigantesca maioria dos leitores dos seus livros, não é espírita e, cada vez que ela lança uma nova obra, esse público, crescente a cada ano, compra de novo.

Desagrada muito a você, né Marcos?

“Ao lado dos seus filhos, Zíbia criou um apurado marketing espírita”.

Mentira sua, desinformação sua. Dona Zíbia, bem como os seus filhos, já se declararam, inúmeras vezes, que não são mais espíritas. Já foram. Eles não fazem marketing nenhum do Espiritismo, não se utilizam do nome do Espiritismo, não se apresentam, a ninguém, como espíritas. Isso é coisa da sua cabeça, confundindo alhos com bugalhos, numa matéria absolutamente sem lógica e sem bom senso, com objetivos claros de denegrir o Espiritismo.

Mas vamos a mais citações suas:

“Apesar da roupagem de ciência e intelectualidade que a doutrina carrega, toda essa gente é atraída por razões bem menos racionais”.

Mais um absurdo citado por você.

Primeiro que o Espiritismo não tem nenhuma “roupagem” de Ciência, como você, debochadamente, diz. Em seus postulados é ensinado: “O dia em que a Ciência comprovar que nós estamos errados em algum ponto, compete a nós abandonar o ponto equivocado e seguirmos a Ciência”. Isto não é roupagem não, amigo, é coerência de uma doutrina racional e sensata. É o contrário de doutrinas dogmáticas, que exigem dos seus fiéis a acreditarem em coisas estúpidas e ridículas, sem raciocínio, ensinadas por culturas rasteiras do passado, absolutamente ignorantes, como o caso da criação da luz na Terra, antes da existência do Sol, de citações que Josué parou o Sol, de citações de que Deus mandou o profeta Ezequiel comer bosta com pão, de que Moisés repreendeu o próprio Deus, que se arrependeu várias vezes... e tudo isto. (eu escreveria um livro, para colocar todas as asneiras citadas).

Repito que o Espiritismo não tem o menor interesse em estar atraindo ninguém, amigo, porque nele não existe nenhum pastor que tenha cota de arrecadação no culto, na semana, para prestar contas à matriz. Não existe comércio religioso, Marcos, portanto mais ou menos gente, não faz a menor diferença.

“Como nas demais religiões, são situações de crise pessoal, como conflitos afetivos, familiares e problemas de saúde, que mobilizam busca por fiéis.”

De fato, Marcos, muita gente chega ao Espiritismo pela dor, devido a crises pessoais e esse conflitos que você diz, todavia, o que elas encontram lá, é um tratamento diferenciado: Em vez de serem recebidas por pessoas que ficam, como vampiros, em cima do seu dinheiro, pedindo oferta$ e mais oferta$, recomendando que elas têm que doar e doar para a igreja, elas recebem atendimento gratuito e mensagens consoladoras, além de orientações sobre as possíveis razões pelas quais estão passando por aqueles problemas.

Elas não são vistas como mais um para aumentar a arrecadação da casa, entende?

Esse negócio de mobilização para busca de fiéis é coisa de outras religiões, do Espiritismo não, amigo. Centro espírita nenhum anda fazendo estratégia para buscar fiéis, pelas razões que já lhe falei aqui.

“Mas a grande diferença e chamariz do Espiritismo é a possibilidade que oferece de comunicação entre vivos e mortos, algo importante para quem enfrenta a perda de familiares ou pessoas queridas”.

Quanta irresponsabilidade e inconseqüência nessa sua afirmativa.

O Espiritismo não oferece a ninguém esse “produto” que seria a comunicação entre vivos e mortos. Ninguém, que vai a centro espírita, desesperado, angustiado, triste ou citando a perda de um ente querido, é convidado a ficar na casa, com promessas de que o seu falecido vai se comunicar, muito pelo contrário. O Espiritismo nunca ensinou que devemos pegar pessoas que chegam aos centros e levar em reuniões mediúnicas, a fim de falar com os seus falecidos, como se a reunião mediúnica fosse uma cabine telefônica da Terra para o Além. Que concepção mais maluca essa sua, acerca do Espiritismo, Marcos.

Poucos são os espíritas que participam de reuniões mediúnicas, procedimentos raros nos centros espíritas, que requer muito preparo, estudo, discernimento e profundo conhecimento de como vivem os espíritos, ao contrário do que pensa você e muitos protestantes que, num achismo irresponsável, imaginam que a prática espírita se resume em um monte de idiotas, em volta de uma mesa, branca, se consultando, com espíritos, recebendo conselhos e ordens deles, como se fossem santos ou deuses.

Quanta desinformação e quanta ignorância.

O “Conheça a verdade, que a verdade liberta”, recomendado por Jesus, se aplica a todas as situação, meu caro.

“A forma peculiar de lidar com a morte é uma característica de vários tipos de Espiritismo, ao longo dos tempos”.

Desculpe amigo, mas é bobagem em cima de bobagem, a cada parágrafo lido.

A sua ignorância absoluta sobre o que é o Espiritismo já foi identificada em várias citações feitas na matéria, mas esta aqui, quando fala em vários tipos de Espiritismo, vem dar o cheque mate, como se você se confessasse: “Eu sou mesmo ignorante no assunto, falo sobre o que não entendo”.

E ainda vem querer colocar coisas de 700 anos, antes de Jesus.

Amigo, não existem vários tipos de Espiritismo, existe um apenas, um só.

A palavra Espiritualismo é antiga, e denomina um monte de coisas, ou seja, toda as crenças de que depois da morte, a vida vai continuar, nem que seja depois do tal juízo final que vocês acreditam, mas a palavra Espiritismo foi INVENTADA por volta do ano de 1857, para denominar EXCLUSIVAMENTE aquela NOVA doutrina que surgia no mundo, naquele momento e não antes de Cristo. O que existia antes de Cristo era Espiritualismo e não Espiritismo.

Portanto, amigo, se você encontrar alguém que venha a dizer que Helicóptero e Beija-Flor são a mesma coisa, pode chamar essa pessoa de burra, porque está fazendo confusão, talvez só porque os dois param no ar. O beija-flor existe há milênios, mas o helicóptero não. A palavra helicóptero foi criada para denominar um determinado tipo de aeronave, que não é avião, e é leviano todo aquele que utiliza-se desta palavra para denominar coisas existentes há milênios.

Por falar em helicóptero, algumas pessoas, na sua ignorância, dizem que ele tem uma hélice em cima, mas isto é errado. Helicóptero nenhum tem hélice em cima, o nome daquilo é rotor, é a asa do helicóptero.

“Como atesta a própria Bíblia, povos do antigo Oriente Médio praticavam consulta aos mortos, ou necromancia e outras práticas ocultistas”.

Isto é verdade, de fato, na antiguidade existia muito a prática da Necromancia, que consistia em pessoas irem até os cemitérios e ficarem perguntando aos cadáveres, em estado de putrefação e até já em esqueletos, que orientação eles poderiam dar para as próximas safras de grãos, como deveriam ser as próximas colheitas... enfim, eles acreditavam que os cadáveres poderiam lhes orientar e por isto os consultavam. Faziam essas consultas, também logo quando a pessoa morria. Era um fanatismo muito grande, que levava até pessoas à loucura.

Só que o Espiritismo não tem absolutamente nada a ver com isto, não pratica isto, nada o que faz é parecido com isto, não consulta cadáver nenhum, não consulta mesmo nem os espíritos, porque essa conversa de que espíritas andam consultando espíritos é papo furado de crentes, que não tem o que fazer e que vivem a falar sobre o que não entendem.

Nos raros momentos em que existe diálogo entre pessoas encarnadas com pessoas desencarnadas (e não com cadáveres, como fazia a necromancia) não tem objetivo nenhum de consultar nada, nenhum desencarnado é considerado como santo e muito menos como Deus, nenhum deles se atreve a vir aqui dar ordens ou impor nada, a conversa é sempre de igual para igual, exatamente como falamos com qualquer pessoa que conhecemos, e se um espírito qualquer vier com papo furado e dizer bobagem, vai ser chamado atenção, do mesmo jeito que chamamos a qualquer um encarnado.

Portanto, essa conceituação ridícula que segmentos Protestantes têm acerca da comunicação mediúnica, é pura bobagem, é produto de analfabetismo sobre a situação, é leviandade e irresponsabilidade de falarem sobre o que não tiveram o cuidado de procurarem conhecer antes. Muitas vezes é mau caratismo religioso mesmo.

Outra estupidez falada por você, Marcos, é afirmar que o Espiritismo teve início em Hydesville, nos Estados Unidos. Conversa fiada.

Esta sua outra afirmação de que as irmãs Margaret e Katy Fox renunciaram as práticas do que chamavam de “fenômenos” e até confessaram fraude, no final da vida, é também leviana, porque é uma meia verdade. Apenas uma delas, pressionada e torturada, por religiosos com espíritos inquisitorial, prometendo torturá-la até a morte, com medo das ameaças, foi obrigada a dizer que tudo era fraude, do mesmo jeito que Galileu Galilei foi obrigado, pela inquisição, a desmentir a sua descoberta que a Terra girava em torno do Sol, que todos sabemos que é verdade. Com ferro em brasa diante dos seus olhos, amarrado e diante da covardia e da violência de doentes espirituais, você termina se obrigando a qualquer coisa. Poucos, em toda a história, tiveram a coragem de se deixarem matar, por inquisidores, sustentando as suas teses.

“Kardec morreu em 1869, aos 64 anos, e sua doutrina passou a ser chamada de Kardecismo”.

Mentira, conversa fiada. Kardec nunca criou kardecismo nenhum, a doutrina que foi trazida pelos espíritos, e apenas sugerida a ele que a organizasse em livros, porque era um pedagogo, um mestre, um professor e cientista, passou a ter um único nome, inventando por ele mesmo, e esse nome é ESPIRITISMO.

O uso do nome Espiritismo, para denominar qualquer outra prática, é leviano, desonesto, irresponsável e sem vergonha.

A expressão “Kardecismo” é criação popular, inventada não se sabe por quem, talvez para tentar esclarecer que a pessoa é espírita e não umbandista, candomblecista ou de outras religiões espiritualistas, indo na onda do religiozismo mau caráter e irresponsável que impôs na frágil cultura popular que tudo é a mesma coisa. Só mesmo espíritas com frágil consistência se identificam como kardecistas, porque, não possuem, ainda, o conhecimento indispensável da doutrina com solidez.

Alegação de que o espiritismo “fracassou” na França.

É outra bobagem, citada por Protestantes, com objetivos de denegrir a imagem do Espiritismo. Será que pelo fato dos Palestinos serem, em maioria, Muçulmanos, e não Cristãos, implica em que o Cristianismo não valha nada, já que, exatamente na região onde Jesus viveu, o Cristianismo não é maioria?

Em Israel predomina o Judaísmo e não o Cristianismo. E daí, Jesus não vale nada, por causa disto?

Vocês já viram que argumento mais besta, esse, de dizer que, pelo fato de não ter proliferado na França, não presta?

“O professor que resolveu estudar a Bíblia”

Como sempre fazem, pegam um qualquer, que se diz ex-espírita, para dar o tal “depoimento” que, na maioria das vezes, é também festival de besteiras.

Você apresenta o advogado, Maurício Braga, e ainda diz que é professor destacado, que abandonou o Espiritismo depois de estudar a Bíblia.

Engraçado, amigo, você não tem idéia da quantidade de protestantes que abandonaram as suas igrejas para serem espíritas. Se a gente fosse utilizar da estratégia de depoimentos, amigo, seria uma loucura, viu?

Uai, ele foi estudar a Bíblia só depois? Por que não estudou antes?

Eu estudo (não apenas leio) a Bíblia, há vários anos, tenho umas 15 “traduções” dela para o Português, em casa, cada uma dizendo uma coisa diferente, sobre determinados capítulos e versículos, inclusive as ridículas adulterações do que realmente consta no original Hebraico, do Deuteronômio 18, do Levítico e de outros, numa vergonhosa fraude.

Diz que freqüentou a Seara Bendita, em São Paulo, e que conheceu, como poucos, a doutrina espírita. Será?

Será que o fato de freqüentar um centro espírita, implica em que de fato conheça o Espiritismo? Eu duvido que ele conheça. Existem meios, infalíveis, da gente saber se determinada pessoa conhece mesmo ou não conhece o Espiritismo.

O Osmani Ramos, conforme consta, preferiu optar pelo crime, do que manter a sua dedicação integral à Medicina. Isto quer dizer, então, que a Medicina não preste e que o importante é o mundo do crime?

Depoimentos, desse tipo, não dizem absolutamente nada. Só para pessoas bobas, servem para alguma coisa.

O “favorecimento” da mídia ao Espiritismo

Você cita que a Globo fez novelas, como “Alma Gêmea”, “O Profeta” e outras falando em reencarnação, em mediunidade e em temáticas espíritas. Em princípio, é opção dela e não iniciativa de espíritas, é bom que fique claro.

É muito comum ouvirmos Protestantes afirmarem que a mídia favorece ao Espiritismo.

Por acaso, vocês estão esquecendo que a Rede Record de Televisão também faz parte da mídia? Estão esquecendo que grande parte do horário da Rede Bandeirantes, ocupada pelo R. R. Soares, também faz parte da mídia? Que inúmeros espaços da TV Gazeta, da Rede TV, da CNT e de várias outras, fazem parte da mídia?

As únicas redes de televisão, brasileiras, que não têm pastores ocupando seus horários, são a Globo e o SBT, fora isto, todas as outras têm.

Como é que podem dizer que a mídia favorece o Espiritismo, se quem está maciçamente presente nela são os Protestantes?

A tal “família” do Dr. Bezerra de Menezes e seus descendentes

Este é outro argumento, extremamente imbecil, utilizado por alguns Protestantes, para tentar denegrir a imagem do Dr. Bezerra de Menezes.

Existe um tal pastor aí, que se diz tataraneto do Dr. Bezerra de Menezes, e é recebido sempre com tapete vermelho, em quase todas as igrejas ditas Evangélicas, como se a existência dele fosse altamente relevante e ele tivesse autoridade para falar contra o Espiritismo, com base, só porque consta que é tataraneto do velho Bezerra.

Agora, vejamos bem, quanta insensatez, que só surte efeito na cabeça de gente que não raciocina.

Pergunte a mil pessoas, quem é que sabe, pelo menos, o nome de um dos seus tataravôs. Não se surpreenda se a grande maioria não souber o nome nem do avô materno ou paterno.

Você sabe quantos tataravôs todos nós tivemos?

Pois bem: Dois avôs, quatro bisavôs e oito tataravôs (ou tetravôs).

Se quase todas as pessoas não sabem, ao menos, o nome do seu tataravô, quando ele viveu, com quantos anos ele morreu e outras coisas básicas, como iriam saber sobre o seu caráter, a sua dignidade, a sua cultura e os seus valores pessoais?

Teria que se basear no que os outros escreveram, não é verdade?

Com todo respeito aos parentes antepassados, que viveram no interior do Ceará, quem teria se preocupado em escrever alguma biografia, fiel, ao que foi realmente o Bezerra de Menezes, naquela região tão carente?

Ainda partindo do princípio que a maioria dos parentes era adepta de religiões tradicionais onde, naquele tempo, os padres ainda davam ordens nas cidades, e faziam com que todo o mundo, que não participasse da religião católica, certamente estaria servindo ao tal Satanás, o que você acha que, naturalmente, poderia se passar na cabeça daquelas pessoas?

Onde, no Brasil, existem registros fiéis, documentados, comprovados e reais acerca de quem, realmente, foi o Dr. Bezerra de Menezes?

Só pode ser no Rio de Janeiro, onde há registros oficiais, porque, lá, ele foi alguém de muito destaque, ocupando inclusive o cargo equivalente a Prefeito, político e médico influente, conhecido por ricos e, principalmente, pelas pessoas mais pobres.

O que é que consta nos registros do Rio de Janeiro, sobre a dignidade dele?

Só registros de elevadíssimo nível espiritual, humano e moral. Nem mesmo os seus opositores registraram nada de negativo, porque ele nunca tve.

De repente vem um cara qualquer, que se diz tataraneto, podendo até ter sido mesmo, por pura parcialidade e conveniência religiosa, tentar denegrir a sua imagem, como se tivesse alguma competência para levantar a verdade-verdadeira sobre a conduta de um homem daquele?

Só mesmo quem é extremamente idiota, irracional, acéfato e ridículo para se deixar levar por um elemento desse, por mais respeitável que seja, como criatura humana.

Peço a você, Marcos, que diga aos pastores Carlos Alberto de Quadros Bezerra e Carlos Alberto Bezerra Júnior, que, embora eles sejam merecedores do nosso respeito, sabemos que, de fato, existe muita gente besta no Brasil, mas nem todo mundo é.

Sobre as citações bíblicas

Não vou comentar nesta matéria aqui, porque ela já está grande demais. Em outra matéria eu poderei falar sobre os absurdos da Bíblia e sobre as desonestas adulterações feitas nas mais de 20 “traduções” feitas para o Português, inclusive colocando palavras que nunca existiram no Hebraico.

Abração, amigo, e seja muito feliz, de preferência, com maiores compromissos com a dignidade que Jesus tanto nos recomendou.

Alamar Régis Carvalho

alamar@redevisao.net

Analista de Sistemas

Um comentário:

Anônimo disse...

Prezado Alamar

Achei muito boa a sua carta mas, com todo respeito, entendo que a mesma não surtirá qualquer efeito valendo, é lógico, como desagravo.
Penso também, que é chegada a hora de nós espíritas esclarecermos o que é de fato o Espiritismo, segundo o ensinado por Kardec na abertura do Livro dos Espíritos.
Infelizmente, há um número muito grande de livros psicografados que de espírita não têm nada.
Isto induz a erro um número grande de pessoas que acabam lendo uma coisa por outra e, nós, espíritas, nos quedamos.
Ficamos quietos, também, quando uma casa qualquer, que não segue a doutrina dos espíritos, abre suas portas com o nome de "Centro Espírita".
Falta esclarecimento e estudo dentro da própria Casa Espírita e isto atrapalha bastante.
No dia em que houver mais união entre nossos confrades poderemos chamar o Brasil de "Coração do Mundo - Pátria do Evangelho".
Até lá, teremos que conviver com matérias que denigrem a doutrina.
É preciso ensinar a ler Kardec antes de qualquer outro livro espírita para que os verdadeiros interessados no Espiritismo saibam separar o joio do trigo. E isso leva tempo.
Então, mãos a obra. Façamos uma campanha para que as pessoas, antes de tudo, leiam Kardec para entenderem o que é ser espírita.
Muita Paz!
José Felipe Donnangelo