01 março 2009

Nova carta a Roberto Frias

O festival de bobagens continua


O Roberto Frias, (todocanal@gmail.com) certamente por ter recebido um montão de e-mails dos leitores, votou a escrever no site de audiência da TV, e falou mais besteiras ainda.
Abaixo o e-mail que acabei de mandar para ele e logo em seguida o que ele escreveu.

Nova carta a Roberto Frias
São Paulo, 22 de fevereiro de 2009.

De: Alamar Régis
Para: Roberto Frias - todocanal@gmail.com
Sobre as suas justificativas

Prezado Roberto:
Estou aqui a questionar a sua “Analítica”, colocada, mais uma vez, no site de audiência de televisão, onde, mais uma vez, você falta com o bom senso. Entendo a sua necessidade de se manifestar, em relação a um considerável volume de e-mails que certamente deve ter recebido. Mas “a emenda foi pior que o soneto”.
Em princípio não consigo entender porque, numa coluna voltada a falar sobre televisão, dirigida a um público interessado nas informações sobre televisão, você se aproveita do espaço para fazer religião, conforme as suas conveniências, afirmando coisas que nada mais são do que a sua opinião pessoal, presunçosamente colocada como verdade.
Vamos às suas colocações:

ANALÍTICA


Aqui estará publicado um esclarecimento acerca dos fatos ocorridos ao longo dessa semana e a partir de domingo (08/02/09). Trato de esclarecer aqui a Analítica anterior e seus termos. Primeiramente: Houve um grande problema quanto à análise feito por alguns leitores. Quando cito a “edemonização” do espiritismo, não cito sua “edemonização” pela sociedade, mas sim pelos preceitos evangelizadores da Igreja Católica.
Veja:
SABEDORIA CAP: 15
“Mas vós, Deus nosso, sois benfazejo e verdadeiro, vós sois paciente e tudo governais com misericórdia; com efeito, mesmo se pecamos...
Se essa tal “edemonização”, colocada por você, significa qualificar uma doutrina como coisa “demoníaca”, no sentido de prática maléfica que deve ser evitada, coisa condenável, reprovável e repugnante, eu quero sugerir esse amigo a repensar um pouco mais os seus conceitos morais, fazer uma re-análise dos fatos e concluir se a expressão de “edemonização” não se encaixa mais a doutrinas que perseguem semelhantes, que submetem pessoas a torturas, que tem histórico de queimar pessoas vivas em fogueiras, ou degolá-las em gilhotinas, tudo em nome do “santo” ofício.
Roberto. Já que você é uma pessoa culta, dê uma olhadinha nesta foto aí ao lado, e procure saber qual a religião que costumava fazer isto com as pessoas. Terá sido o espiritismo?
Será que a “edemonização” é mesmo do Espiritismo, quando vemos tantas “santificadas” criaturas, de outras doutrinas, praticando pedofilia, outras retirando dinheiro de necessidades básicas de pessoas pobres, para enriquecimento de igrejas, sob a promessa de espaço no “céu”, sentadas à “direita” de Deus Pai?
Faça um estudo profundo, Roberto Frias, do histórico do Espiritismo, desde que surgiu no mundo, em 1857, e também das outras propostas religiosas, e procure saber se na história do Espiritismo tem algum registro de assassinato de pessoas, de roubos, extorsões, crimes e atos imorais. Tenho impressão de que você vai se assustar, quando passar saber a realidade histórica das religiões, no mundo.
Eu quero ver se você vai continuar achando que a expressão “edemonização” cabe mesmo é ao Espiritismo.
Eu não quis colocar aqui, para os leitores, a passagem completa do “Sabedoria, Cap. 15” que você colocou em seu artigo porque, para nós, é perda de tempo, porque textos como esses aplicam-se apenas a pessoas, como você, que vê no conjunto de livros, chamado Bíblia, a “palavra” de Deus, concebendo, cegamente, tudo o que contém ali como verdade, inclusive a estória de Adão, Eva e a Cobra, a história de Deus ter mandado o profeta Ezequiel comer pão com bosta, o Deus que vivia se arrependendo o tempo todo, Deus que adora guerra, destruição e outros absurdos. Continue acreditando nisso, nobre jornalista, porque o tipo de crença do homem é uma grandeza diretamente proporcional ao seu nível de inteligência e discernimento de cada um.
Mas continuemos a analisar os seus escritos:


“Ora, aí vemos menção à idolatria pagã, essa sendo uma doutrina maléfica, portanto, a menção bíblica ao paganismo faz com que este seja considerado maléfico, pela Igreja Católica, mas não, de forma nenhuma, pela sociedade.” Idolatria pagã? Desde quando o espiritismo pratica idolatrias? A quem? Não seria mais conveniente que você tivesse a dignidade de procurar conhecer antes, para depois estabelecer conceitos? Como pode você, meu amigo, ser tão irresponsável a ponto de falar sobre uma doutrina com base apenas em achismo?
Maléfica? O espiritismo é uma doutrina maléfica? Releia o meu parágrafo anterior, pesquise a história das religiões e, com base em alguma inteligência que, provavelmente, você tem, diga quais são, de fato, as religiões maléficas e que deveriam ter até vergonha de continuar existindo.
Quantas pessoas no mundo já foram torturadas e assassinadas, por determinação espírita? Façamos um levantamento em todas as delegacias de polícia do Brasil e do mundo, e procuremos saber quantos registros existem de estupros de pessoas, inclusive de crianças, praticadas por líderes espíritas.
Se você quiser, eu tenho estes dados aqui, porque coleciono tudo a respeito de religiões. As coisas boas e a coisas ruins.
“Quando digo ao desrespeito, digo que os católicos praticantes e evangélicos, sentem-se mal ao estarem diante de um fato que as suas devidas religiões consideram demoníaca.”
Quer dizer que os católicos se sentem ofendidos, quando a Globo leva ao ar algum assunto que fala das idéias espíritas, mas ninguém se ofende quando ela, desde a sua fundação, apresenta missas todos os domingos e mostra reportagens sobre os grandes eventos católicos. Que diabo de justiça é essa sua, Roberto?
A Rede Vida pode ter mais de 550 emissoras retransmitindo missas e programação católica para o país inteiro, no uso da concessão pública, em um país que é laico, mas quando a Globo fala sobre o espiritismo há católicos que sentem-se mal?
A Rede Canção Nova faz do padre Jonas Abib, homem de espírito inquisidor, cada vez mais milionário, pregando igreja católica e até caluniando outras crenças, com mentiras, leviandades e mau caratismo religioso. Por que pessoas não se sentem mal com aqueles atitudes?
O segmento, chamado evangélico, tem um gasto mensal que, somado, ultrapassa aos 60 milhões de reais, no Brasil, em televisão e rádio, utilizando-se de concessões públicas para falarem exclusivamente sobre o modo de pensar deles.
E quando a Globo fala, de vez em quando, em idéia espírita, está desrespeitando os outros?
Desculpe-me, Roberto, mas esse seu conceito é absolutamente egoísta, mesquinho, irresponsável e de uma parcialidade sem tamanho, não compatível a um jornalista (se é que você é, de fato, jornalista).
“Digo também que a origem do espiritismo e de todas as doutrinas que pregam a reencarnação surgem com o Bhagavad-gita, século IV antes de cristo. Vemos a seguir o trecho do Bhagavad-gita, no qual Krishna, em seu discurso à Arjuna, revela “a sua opulência ilimitada”.
Você falou uma besteira, sem tamanho, ao afirmar essa bobagem aí. O Espiritismo tem origem no Bhagavad-Gita? De onde você tirou isto? Entendo a sua necessidade de querer parecer culto para os seus leitores, amigo, mas tenha um certo cuidado com certas citações para, em vez de ser visto como culto terminar sendo visto como ridículo.
Ora, então aqui temos a origem da concepção de reencarnação, portanto, agora só nos resta a lógica matemática: Se Alan Kardec publica o livro dos espíritos em 18 de Abril de 1857 e o Bhagavad-gita surgiu no século IV antes de Cristo, basta pensarmos em qual é mais antigo. Leiamos o trecho da bíblia sobre o paganismo e lembremos que a Índia mantém a religião pagã até hoje. Portanto, não digo que o espiritismo Kardecista é demoníaco, apenas me refiro aos seus fundamentos no hinduismo, que de fato, foi considerado demoníaco pelo cristianismo. É citável aqui também que em 1861, após a análise no auto de fé, o livro dos espíritos foi colocado no Index. Para quem não sabe, o Index é o catálogo de livros que não podem ser lidos por fieis da igreja Católica. Aí vemos a “edemonização” espírita por parte da Igreja católica.
Lógica matemática????????
Você só pode estar brincando, nessa sua subestima a inteligência dos leitores. Mistura “alhos com bugalhos”, conforme o ditado popular.
Espiritismo Kardecista? Outra bobagem. É como se dissesse Medicina Médica, Catolicismo católico. Procure conhecer, Roberto, antes de sair por aí atirando às cegas, falando levianamente. Só pessoas desinformadas e bastante ignorantes no assunto para imaginarem que existem vários “espiritismos”.
Quero lhe dar uma sugestão:
Aproveite o espaço que você tem aí, neste site a falar de televisão, para informar com quem a atriz x, y ou z está namorando, quem está saindo com quem, quem está grávida de quem, porque, em que pese ser assunto de importância duvidosa, pelo menos você não se expõe tanto, quanto a dignidade e o caráter.

Abração.

Alamar Régis Carvalho - alamar@redevisao.net


Vejam agora o que ele escreveu na coluna

ANALÍTICA



Aqui estará publicado um esclarecimento acerca dos fatos ocorridos ao longo dessa semana e a partir de domingo (08/02/09). Trato de esclarecer aqui a Analítica anterior e seus termos.

Primeiramente: Houve um grande problema quanto à análise feito por alguns leitores. Quando cito a “edemonização” do espiritismo, não cito sua “edemonização” pela sociedade, mas sim pelos preceitos evangelizadores da Igreja Católica.
Veja:


SABEDORIA CAP: 15

“Mas vós, Deus nosso, sois benfazejo e verdadeiro, vós sois paciente e tudo governais com misericórdia; com efeito, mesmo se pecamos, somos vossos, porque conhecemos vosso poder; mas não pecaremos, cientes de que somos considerados como vossos. Porque conhecer-vos é a perfeita justiça, e conhecer vosso poder é a raiz da imortalidade. Não fomos seduzidos pelas invenções da arte corruptora dos homens nem pelo vão trabalho dos pintores: borrada figura de cores misturadas, cuja vista excita os desejos dos insensatos, fantasma inanimado de uma imagem sem vida que provoca a paixão! Cativados pelo mal, não merecem esperar senão o mal, os que o fazem, os que o amam e os que o veneram. Eis, portanto, um oleiro que amassa laboriosamente a terra mole, e forma diversos objetos para nosso uso, mas da mesma argila faz vasos destinados a fins nobres e outros, indiferentemente, para usos opostos. Para qual destes usos cada vaso será aplicado? O oleiro será o juiz. Do mesmo barro, forma também, como obreiro perverso, uma vã divindade, ele que, ainda há pouco, nasceu da terra, e em breve voltará a ela, de onde foi tirado, quando lhe serão pedidas as contas de sua vida. Ele mesmo não tem preocupação alguma com o próprio desfalecimento, nem com a brevidade da vida; ele rivaliza, pelo contrário, com aqueles que trabalham o ouro e a prata, imita os que trabalham o cobre. Pó é o seu coração, mais vil que a terra sua esperança, e põe sua glória em fabricar objetos enganadores. E mais desprezível que o barro é sua vida, porque não reconheceu aquele que o formou, aquele que lhe inspirou uma alma ativa e lhe insuflou o espírito vital. Para ele a vida é um divertimento, e nossa existência um mercado lucrativo, porque, diz ele, é preciso aproveitar-se de tudo, mesmo do mal. Mais que qualquer outro, esse homem sabe que peca, fazendo do mesmo barro vasos frágeis e ídolos. Ora, verdadeiramente, muito insensatos, mais infortunados que a alma da criança, são os inimigos de vosso povo, que o oprimiram, porque eles também tiveram por deuses todos os ídolos das nações, que não podem servir-se de seus olhos para ver, que não têm nariz para aspirar o ar, nem ouvidos para ouvir, nem os dedos das mãos para apalpar, e cujos pés são incapazes de andar; foi, com efeito, um homem que os fez, formou-os alguém que recebeu a alma de empréstimo. Nenhum homem pode fazer um deus, mesmo semelhante a si próprio, porque, sendo ele próprio mortal, morto é tudo que produz com suas mãos ímpias. De fato, ele vale mais que os objetos que venera; ele, pelo menos, tem vida, enquanto os ídolos não a têm. Chega-se até a adorar os mais odiosos animais, que são piores ainda que os outros animais irracionais, que nem mesmo possuem o que outros seres vivos possuem: bastante beleza para serem amados, e que foram excluídos da aprovação e da bênção de Deus.”
Ora, aí vemos menção à idolatria pagã, essa sendo uma doutrina maléfica, portanto, a menção bíblica ao paganismo faz com que este seja considerado maléfico, pela Igreja Católica, mas não, de forma nenhuma, pela sociedade.
Quando digo ao desrespeito, digo que os católicos praticantes e evangélicos, sentem-se mal ao estarem diante de um fato que as suas devidas religiões consideram demoníaca.
Digo também que a origem do espiritismo e de todas as doutrinas que pregam a reencarnação surgem com o Bhagavad-gita, século IV antes de cristo. Vemos a seguir o trecho do Bhagavad-gita, no qual Krishna, em seu discurso à Arjuna, revela “a sua opulência ilimitada”.
“Nunca houve um tempo em que Eu não existisse, nem você, nem todos esses reis; e no futuro nenhum de nós deixará de existir. Assim como, a alma encarnada passa seguidamente, neste corpo, da infância à juventude e à velhice, similarmente, a alma passa para um outro corpo após a morte. Uma pessoa sóbria não se confunde com tal mudança”. Bhagavad-gita (2: 12-13)
Ora, então aqui temos a origem da concepção de reencarnação, portanto, agora só nos resta a lógica matemática: Se Alan Kardec publica o livro dos espíritos em 18 de Abril de 1857 e o Bhagavad-gita surgiu no século IV antes de Cristo, basta pensarmos em qual é mais antigo. Leiamos o trecho da bíblia sobre o paganismo e lembremos que a Índia mantém a religião pagã até hoje. Portanto, não digo que o espiritismo Kardecista é demoníaco, apenas me refiro aos seus fundamentos no hinduismo, que de fato, foi considerado demoníaco pelo cristianismo. É citável aqui também que em 1861, após a análise no auto de fé, o livro dos espíritos foi colocado no Index. Para quem não sabe, o Index é o catálogo de livros que não podem ser lidos por fieis da igreja Católica. Aí vemos a “edemonização” espírita por parte da Igreja católica.
Houve um erro de pauta ao mencionar a Globo como espírita, de fato. Porém sua programação sempre foi de expressão espírita. De fato, o espiritismo é uma doutrina que formou homens excelentes como Chico Xavier, por exemplo. Não me oponho e nem discrimino, de forma nenhuma os espíritas e nenhuma outra religião, uma vez em que nesse ponto todo conceito é relativo.

Atenciosamente;



Roberto Frias

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